quarta-feira, 20 de maio de 2009

Noite...














A noite corre solta lá fora... Estou em um quarto de hotel, TV ligada, porém sem som, apenas para espantar a sensação incômda da solidão. Os canais desfilam diante de meus olhos: filmes, documentários, desenhos, futebol... Tanta gente, tanta vida...
Eu, porém, a cada dia estou um pouco mais morta por dentro. E o mais triste é a certeza de que isso não é apenas uma impressão, é REALIDADE... Afinal, ao envelhecermos, não fazemos nada além do que morrer um pouco, dia a dia, célula a célula...
Minhas mãos sobre o teclado mostram linhas finas, que não existiam anos atrás. Vou ao banheiro e evito olhar o espelho. Veria uma estranha, de olhar encovado, cabelos desgrenhados, muito diferente da mulher jovem e atraente que eu vejo pela manhã.
A noite me transforma... A noite e a solidão. São cúmplices nessa tarefa macabra: tornar-me velha, arrancar de mim a vida...
Volto a desfilar os canais na TV... A noite será longa...

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